23/01/2012

A importância da coletividade (Carlos Eduardo Freitas Martins)


Frequentemente, nós ouvimos que a coletividade é importante. A palavra coletividade, aliás, não sai de voga. Mas será que realmente sabemos o quão necessário é o conjunto? Entendemos, de fato, a importância do coletivo?

É comum também nós ouvirmos as pessoas dizendo frases como: “eu não tenho nada a ver com isso, o problema não é meu, eu não posso fazer nada, cada um na sua” e por aí vai. São, sem dúvida, sentenças que possuem doses cavalares de egoísmo, o que, aliás, parece ser um estado genuíno da grande maioria dos seres humanos. Cada vez mais o individualismo impera em detrimento do coletivismo, que é deixado de lado, sendo, em muitos casos, completamente esquecido.

No entanto, paradoxalmente a esta completa falta de altruísmo, o mundo segue, invariavelmente, independente da vontade do ser humano (graças a Deus!), sendo regido através da visão holística, que nada mais é do que a teoria que diz que o homem é um todo inseparável e que não pode sequer ser explicado pelos seus componentes distintos – físico, psicológico, ou psíquico.

Se as pessoas realmente abstraíssem o princípio do holismo e como o conjunto é imperativo, o mundo seria, deveras, um lugar melhor, porque elas entenderiam que cada um de nós está, inexoravelmente, ligado ao outro, sendo estabelecida, assim, uma eterna relação de interdependência. Se João, por exemplo, planta o bem não só para si, mas para Maria também, todos os envolvidos, direta e indiretamente, colherão o bem também, sendo que o contrário também é verdadeiro!

Há uma fábula de autor desconhecido que demonstra de maneira bem didática a importância da implantação efetiva dessa teoria, com urgência:



"Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali.

Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!!

A galinha disse:

- Desculpe-me, Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e lhe disse:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !!!

- Desculpe-me, Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.

O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse:

- O que, Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!

Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro.

Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima.

A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pegado.

No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pegado a cauda de uma cobra venenosa.

E a cobra picou a mulher...

O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital.

Ela voltou com febre.

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha.

O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.

Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo.

Muita gente veio para o funeral.

O fazendeiro então sacrificou a vaca para alimentar todo aquele povo.”

Ao analisarmos esta história, ainda que superficialmente, observamos que o rato, que estava diretamente envolvido com o problema da ratoeira, sobreviveu, já a fazendeira, a galinha, o porco e vaca, que, a princípio, pareciam não ter nada a ver com o problema do rato, perderam as suas vidas. Se apenas um dos envolvidos tivesse resolvido a questão que tanto afligia o nosso pequeno amigo roedor, todos poderiam estar bem e vivos!

Portanto, da próxima vez que o lado egoísta do seu ser quiser aflorar, pense na importância da coletividade e na eterna dependência que cada um de nós tem do outro. Cuidado, pois a ratoeira é uma armadilha e você está sempre prestes a cair nela! 

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